domingo, 27 de julho de 2014

CUSTO DO VOTO

Federal paga a R$ 100 e estadual vai a R$ 80


Os que não têm como pagar ficam entre os desistentes e aqueles que trocam de aliança para sobreviverem


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Se os bastidores da disputa majoritária fervilham, intensamente agitada também está a concorrência pelo voto proporcional, para a eleição dos representantes cearenses na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. O voto para deputado federal está cotado a R$ 100 e de estadual a R$ 80. Alguns dos atuais detentores de mandatos que já fizeram "investimentos" nas eleições de prefeitos e vereadores, em 2012, e que conseguiram liberar recursos das tais emendas parlamentares, compram por menos.
A economia marginal do período de eleição, com a movimentação de muitos milhões de reais, é um tema que as partes não querem comentar, diferentemente daquela lícita quando todos opinam e sobretudo o principal ator, o investidor, ressalta, inclusive, os benefícios sociais e os resultados favoráveis ao crescimento do Estado, advindos de suas aplicações. Nesta, ninguém esconde valores. Naquela, comprador e vendedor sequer querem ser conhecidos, talvez até, pelo fato de os seus efeitos serem maléficos, também, e principalmente, à ordem democrática que reclama eleições livres.
Com menor facilidade de arrecadação, em razão do controle, embora superficial da Justiça Eleitoral com amparo nos mecanismos de fiscalização da Receita Federal, candidatos ao Legislativo buscam socorro nas duas principais coligações que disputam o Governo do Estado.
Elas têm interesse em concentrar o maior número de aliados possíveis, mas não parecem tão fortalecidas para atenderem, sequer, suas próprias necessidades financeiras, imensas, é bom frisar, motivando, por isso, os descontentamentos e rompimentos anunciados de um e outro lado, justificados como sendo por razões meramente políticas e não pecuniária.
Mesmo com vantagens em relação aos demais candidatos, os atuais legisladores, para garantirem a reeleição, vão gastar, ou gastarão por eles, valores bem mais expressivos do que os anunciados para a Justiça Eleitoral, irreais, enfatize-se, pois muito aquém do reclamado para qualquer daqueles que queiram ter postulação competitiva. Nessa faixa está um grupo de pelo menos 13 deputados federais, todos com aguerridos prefeitos à caça de votos.
Os nove outros vitoriosos, ao fim da disputa, terão ido ao mercado, sujeitando-se ao preço da praça, fazendo o mandato beirar os R$ 5 milhões, excetuando-se os majoritariamente votados na Capital onde, diferentemente do Interior, nenhum cabo eleitoral pode estabelecer a quantidade de sufrágios "de cabresto" a entregar.
Fonte - Diário do Nordeste

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