Reprodução/O Globo - Reprodução do jornal "O Globo" mostra assinatura feita por Bruno Dantas e outra falsificada
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Uma assinatura falsa de Bruno Dantas, servidor do Senado e
ex-conselheiro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), foi usada para
compor apoio à criação do partido Solidariedade, do deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força. A denúncia foi feita neste sábado, (12/10) pelo jornal "O Globo". O partido nega a irregularidade.
Dantas era conselheiro do CNJ até agosto deste ano. Como a ficha com as
assinaturas foi apresentada em julho no cartório eleitoral, o servidor
ainda era titular do CNJ quando foi usada sua assinatura. Comparada à assinatura real, a falsificação é grosseira. Ao vê-la,
Dantas confirmou a fraude. "A assinatura não é minha", disse a "O
Globo".
Solidariedade
A liderança desse partido, cujo registro eleitoral foi aprovado pelo
TSE (Tribunal Superior Eleitoral), é atribuída ao deputado Paulinho da
Força, dirigente da Força Sindical, embora o advogado Marcílio
Duarte se apresente como presidente da nova sigla. A sigla deve atuar em
prol do presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG). O MPE (Ministério Público
Eleitoral) tentou barrar o registro da sigla após pedir à Polícia
Federal para investigar supostas fraudes nas assinaturas coletadas pelo
partido.
Sua assinatura foi falsificada ente pelo menos outras 600 assinaturas
de funcionários do Sindicato do Poder Legislativo - Sindlegis, segundo
Magno Mello, consultor da Câmara e ex-presidente do sindicato, que irá
ajuizar ação popular que vai contestar as assinaturas do Legislativo na
Justiça. "Tenho certeza que minha categoria foi usada para criar esse partido.
Há uma forte ligação sindicalista com o Paulinho da Força e vários
servidores tiveram seus nomes usados sem saber. Vou entrar com a ação
popular para anular essas certidões e acabar com esse maldito partido",
afirmou. A assinatura de Dantas compôs as 492 mil firmas de apoio necessárias para a criação da legenda de Paulinho da Força.
Além de Dantas, pelo menos outros seis servidores do Senado afirmaram
ao jornal que seus nomes foram usados de forma fraudulenta. Eles pediram
vista das fichas de apoio ao partido nos cartórios de Brasília e
comprovaram a falsificação de suas assinaturas. Eles informaram a "O
Globo" que procuram um advogado para tomar providências. Essa não é a primeira denúncia feita contra a coleta de assinaturas
para a criação do partido de Paulinho da Força, que recebeu seu registro
pelo Tribunal Superior Eleitoral - TSE.
Fonte: Do UOL, em São Paulo
Investivação do MP revela que PCC tentou se infiltrar no STF
STF reforça segurança antes da sessão do julgamento do mensalão (Marcello Casal Jr./ABr) |
Ação foi detectada em 2010 e envolveu articulação entre criminosos e advogados
O crime organizado quer influenciar as decisões do Supremo Tribunal
Federal e se infiltrar na corte. É o que demonstram as interceptações
telefônicas feitas pelo Ministério Público. A ação dos bandidos foi
detectada pela primeira vez em 2010 e envolveu uma articulação entre
pelo menos dois integrantes da Sintonia Final Geral, a cúpula da facção,
e advogados que trabalhariam para a Sintonia dos Gravatas, o
departamento jurídico do PCC. No dia 28 de agosto de 2010, à 0h46, Daniel Vinícius Canônico, o
Cego, conversou com uma advogada identificada pelo MPE como Maria
Carolina Marrara de Matos. Ele reclama de que dificilmente um benefício
legal é concedido aos detentos da Penitenciária 2 de Presidente
Venceslau, onde está a maior parte da cúpula da facção.
A advogada revela então o plano de reunir diversos recursos negados pela Justiça de São Paulo aos integrantes da facção, como pedidos de concessão do regime semiaberto. Diz a Cego que o "irmão" dela "foi chamado para trabalhar com um ministro, o (Ricardo) Lewandowski". A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo procurou entre os funcionários do gabinete do ministro algum que tivesse o mesmo sobrenome. Não encontrou. Também procurou a advogada nesta sexta-feira. Ela negou que conhecesse alguém no STF. Disse que seu irmão não trabalha lá. "A acusação é um absurdo e eu tenho como provar", disse.
No telefonema, Cego pede que a advogada faça o que propõe e ela afirma que vai a Brasília falar com o ministro. Não há nenhuma indicação na investigação de que a conversa realmente tenha ocorrido. Em 15 de setembro de 2010, os investigadores surpreenderam um dos maiores traficantes do PCC, Edilson Borges Nogueira, o Biroska, pedindo para sua mulher que procurasse uma advogada identificada como Lucy de Lima. A advogada devia contatar um político de Diadema, no Grande ABCD, para que ajudasse a obter benefícios no cumprimento de sua pena.
O político era um vereador da cidade — Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT). Maninho disse que teve contato com Biroska apenas quando era criança, pois o pai dele ("Seu Nonô") era guarda da prefeitura de Diadema e o irmão é metalúrgico. Maninho militou no sindicato dos metalúrgicos. "Repudio o PCC, mas gosto muito de seu Nonô." Maninho negou que tenha sido procurado pela advogada. Biroska queria que o vereador testemunhasse em seu favor. A investigação não detectou se o político foi contactado pelo PCC. Biroska é o chefe do tráfico em Diadema.
Dias antes (24 de agosto), Biroska conversa com uma mulher identificada como a advogada Lucy. Ela trata do recurso que está tentando para ajudar seu cliente e afirma que vai se encontrar com um ministro do STF. Ela quer tratar de um habeas corpus cujo relator, segundo o MPE, era Joaquim Barbosa — o ministro negou o habeas corpus. A reportagem procurou ainda a advogada Lucy e deixou recado no telefone celular. Nenhuma das advogadas foi denunciada pelo MPE. A tentativa de influenciar os tribunais superiores teria como objetivo vencer as resistências encontradas pelos bandidos para a concessão de benefícios.
A advogada revela então o plano de reunir diversos recursos negados pela Justiça de São Paulo aos integrantes da facção, como pedidos de concessão do regime semiaberto. Diz a Cego que o "irmão" dela "foi chamado para trabalhar com um ministro, o (Ricardo) Lewandowski". A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo procurou entre os funcionários do gabinete do ministro algum que tivesse o mesmo sobrenome. Não encontrou. Também procurou a advogada nesta sexta-feira. Ela negou que conhecesse alguém no STF. Disse que seu irmão não trabalha lá. "A acusação é um absurdo e eu tenho como provar", disse.
No telefonema, Cego pede que a advogada faça o que propõe e ela afirma que vai a Brasília falar com o ministro. Não há nenhuma indicação na investigação de que a conversa realmente tenha ocorrido. Em 15 de setembro de 2010, os investigadores surpreenderam um dos maiores traficantes do PCC, Edilson Borges Nogueira, o Biroska, pedindo para sua mulher que procurasse uma advogada identificada como Lucy de Lima. A advogada devia contatar um político de Diadema, no Grande ABCD, para que ajudasse a obter benefícios no cumprimento de sua pena.
O político era um vereador da cidade — Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT). Maninho disse que teve contato com Biroska apenas quando era criança, pois o pai dele ("Seu Nonô") era guarda da prefeitura de Diadema e o irmão é metalúrgico. Maninho militou no sindicato dos metalúrgicos. "Repudio o PCC, mas gosto muito de seu Nonô." Maninho negou que tenha sido procurado pela advogada. Biroska queria que o vereador testemunhasse em seu favor. A investigação não detectou se o político foi contactado pelo PCC. Biroska é o chefe do tráfico em Diadema.
Dias antes (24 de agosto), Biroska conversa com uma mulher identificada como a advogada Lucy. Ela trata do recurso que está tentando para ajudar seu cliente e afirma que vai se encontrar com um ministro do STF. Ela quer tratar de um habeas corpus cujo relator, segundo o MPE, era Joaquim Barbosa — o ministro negou o habeas corpus. A reportagem procurou ainda a advogada Lucy e deixou recado no telefone celular. Nenhuma das advogadas foi denunciada pelo MPE. A tentativa de influenciar os tribunais superiores teria como objetivo vencer as resistências encontradas pelos bandidos para a concessão de benefícios.
Fonte: Estadão
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