quarta-feira, 28 de março de 2012

Que sociedade é essa que estamos construindo? Quem somos? O que queremos?


Cada vez que ouvimos uma notícia chocante, paramos para pensar o que é certo ou errado e nos questionamos: Até onde vamos agüentar? O que falta acontecer para que alguma coisa seja feita? Porque os padrões morais nos dias de hoje é suplantado em detrimento de interesses individuais ?
Que sociedade é essa que analisa o ser humano pelos bens que possui ?
Que sociedade é essa que ainda tem olhos para corruptos que andam de cabeça erguida como se nada tivesse acontecido, posando de herói ?
Que sociedade é essa que elege seus representantes não pelos seus projetos e sim em troca de cargos e benesses ?
Que sociedade é essa que denuncia, critica os governantes com virilidade defendendo os bons princípios e a moralidade no serviço público em detrimento de cargos e posições ?
Que sociedade é essa que cultua o luxo, a luxúria e é extremamente hipócrita quando invoca o nome do Senhor Jesus nos momento difíceis ?
Que sociedade é essa que aceita modismos influenciarem negativamente no comportamento dos nossos jovens fabricando centenas de delinquentes juvenis ?

A frase Célebre de Rui Barbosa é o reflexo de hoje e atinge no alvo:os falsos moralistas, os oportunistas, os críticos de araque e os políticos ladrões e safados.
De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.

Túnel do Tempo - Muitos séculos atrás, mais de 2 mil e 500 anos, nós, seres humanos, aprendemos a viver nas cidades. Era bom para todos. Todos se beneficiavam da vida em comum. Mas foi preciso criar regras, normas que estabelecessem o que era certo e o que não era.

Era errado roubar, desrespeitar o bem público, usar o dinheiro do Estado para o benefício próprio, atentar contra a vida do outro. E o erro passou a ser punido, com o rigor do que hoje chamamos de "Lei".
Estabelecemos, assim, um padrão moral, um conjunto de normas que faziam funcionar a vida em sociedade, onde um não fere o direito do outro.

Nós vivemos já há algumas décadas uma deterioração das regras de convívio, das regras de sociabilidade, com a decomposição do respeito ao que pode ser o bem comum, à vida do outro, àquilo que é a base, o sedimento do convívio social.

É triste ver o luxo, desperdício, consumismo desenfreado e a miséria e a exclusão lado a lado. Infelizmente na sociedade atual, a exclusão se tornou regra. É comum, natural. Se tornou normal excluir o que nos incomoda.

Excluir é ignorar o outro, desconsiderar. Uma pessoa ignorada deixa de existir, se torna transparente: não é vista ou mesmo ouvida.

Essa exclusão das elites em relação à população gerou outro tipo de indiferença: como a população excluída não tem o benefício da cidade, ela também não precisa seguir as regras. Ela cria suas regras próprias.

Nós não somos seres perfeitos. Somos, ao contrário, seres capazes do sublime e do horrendo. Para poder valorizar a minha vida e a vida do outro, eu preciso ter uma existência na qual seja reconhecido como alguém cuja vida importa. Alguém cuja presença na sociedade é relevante (Ter dinheiro, muito R$$$$$$) e que obrigatoriamente preciso vestir bem, desfilar em carros de luxo e frequentar bons restaurantes para ganhar notoriedade. Quanta hipocrisia, essa sociedade, quero léguas de distância, prefiro conversar com pessoas interessantes e inteligentes, não sendo genérico, mas a maioria pouca bagagem me acrescenta.

Para o filósofo francês Jean Jacques Rousseau (1712-1778) a sociedade influencia decisivamente o individuo. É dele o célebre pensamento: “Todo homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Hoje, sabemos porém, que o individuo influencia o meio ambiente e até mesmo o destrói em benefício próprio. Quanto egoísmo!
O indivíduo deve ajustar-se ao coletivo, não o contrário. As transformações coletivas dependem de lideranças lúcidas para conduzir o projeto da maioria e como seria desejável que estas transformações partissem de cada indivíduo: de baixo para cima.
Somos nós, os indivíduos a causa do sucesso ou do fracasso de nós próprios, de nossa família, da nossa própria escola, da nossa própria instituição de fé e por último, da nossa própria sociedade.
Segundo o filósofo Jean Jacques Rousseau, a sociedade possui três categorias de indivíduos: os conformados com tudo à sua volta, os inconformados e os reformadores.
Veiculados pelos meios de comunicação, criou-se um vocabulário próprio com conceitos que designam aspectos da vida social ou em sociedade e ele está presente na nossa vida cotidiana, tais como: contexto social, movimentos sociais, classe, camadas e conflito social que lamentavelmente está em extinção deixaram de legitimar seus reais objetivos e ideais em função de seus projetos de vida individualizados.  
Em que, quando, onde e por que, o individuo poderá viabilizar sua própria felicidade, a de sua família, de seus amigos, irmãos e vizinhos? Quando efetivamente o senso de sociedade, de cidadania aflorar em cada ser. Eis a questão: to be or not to be! (ser ou não ser), disse com muita propriedade o escritor inglês William Shakespeare.

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